sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Banhos de mar em Copacabana

Na primeira metade dos Anos 1910, os banhos de mar em Copacabana eram frequentados quase exclusivamente por moradores, misturados a veranistas, que alugavam casas e quartos por temporada. O novo bairro carioca crescia com a construção de habitações para famílias de classe alta e uma fileira de palacetes surgia ao longo da Avenida Atlântica. O acesso a Copacabana se dava por dois túneis, o Velho e o Novo, mas isso não facilitava o uso de sua praia pelos cariocas não residentes. O recurso aos bondes pelos banhistas era interditado e ainda não havia se introduzido nos hábitos da cidade. A posse de automóveis se restringia aos ricos, enquanto os táxis recusavam o transporte de banhistas. Raros estabelecimentos balneários, para a exigida troca de roupas, funcionaram em Copacabana por essa época. Como os horários de banho, conforme o costume vigente, se concentravam no início da manhã e no fim da tarde, não era convidativo para os cariocas ir e voltar de Copacabana diariamente. Também assustava os forasteiros a fama de perigosa que vinha ganhando essa praia oceânica, com ondas e correntezas mais fortes do que as das praias da baía da Guanabara. O medo de afogamento só diminuiria na segunda metade da década, quando a prefeitura do Rio de Janeiro passou a investir na organização de um serviço público de salvamento de banhistas em Copacabana.